Indicações de livros e filmes para as férias

Indicações literárias
A partir do Fundamenta 2
1984, de George Orwell. (para quem gosta de histórias com críticas sociais nas entrelinhas)
Winston vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico. De fato, a ideologia do Partido dominante em Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O’Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que “só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade: só o poder pelo poder, poder puro”.
Niketche: uma história de poligamia, de Paulina Chiziane. (para quem gosta de histórias com problemáticas sociais polêmicas)
Conta a história de Tony, um alto funcionário da polícia, e sua mulher Rami, casados há vinte anos. Certo dia, Rami descobre que o marido é polígamo: tem outras quatro mulheres e vários filhos. As esposas de Tony estão espalhadas por Moçambique. Numa decisão surpreendente, Rami decide ir atrás das mulheres do marido. Narrado em primeira pessoa por Rami, o livro alterna bom humor e lirismo.
O gigante enterrado, de Kazuo Ishiguro. (para quem gosta de histórias de aventura atreladas a reflexões filosóficas)
Uma terra marcada por guerras recentes e amaldiçoada por uma misteriosa névoa do esquecimento. Uma população desnorteada diante de ameaças múltiplas. Um casal que parte numa jornada em busca do filho e no caminho terá seu amor posto à prova – será nosso sentimento forte o bastante quando já não há reminiscências da história que nos une?
Extraordinárias: mulheres que revolucionaram o Brasil, de Ariane Cararo e Duda Porto de Souza. (para quem gosta de refletir sobre questões de gênero ao longo da História)
Dandara foi uma guerreira negra fundamental para o Quilombo dos Palmares. Bertha Lutz foi a maior representante do movimento sufragista no Brasil. Essas e muitas outras brasileiras impactaram a nossa história e, indiretamente, a nossa vida, mas raramente aparecem nos livros. Este volume, resultado de uma extensa pesquisa, chega para trazer o reconhecimento que elas merecem. Aqui, você vai encontrar perfis de revolucionárias de etnias e regiões variadas, que viveram desde o século XVI até a atualidade, e conhecer os retratos de cada uma delas, feitos por artistas brasileiras. O que todas essas mulheres têm em comum? A força extraordinária para lutar por seus ideais e transformar o Brasil.
No seu pescoço, de Chimamanda Ngozi Adichie. (para quem gosta de narrativas curtas e objetivas)
Nos doze contos que compõem o volume, encontramos a sensibilidade da autora voltada para a temática da imigração, da desigualdade racial, dos conflitos religiosos e das relações familiares. Combinando técnicas da narrativa convencional com experimentalismo, como no conto que dá nome ao livro – escrito em segunda pessoa -, Adichie parte da perspectiva do indivíduo para atingir o universal que há em cada um de nós e, com isso, proporciona a seus leitores a experiência da empatia, bem escassa em nossos tempos.
Clarissa, de Erico Verissimo. (para quem gosta de histórias que refletem sobre a adolescência ao longo da História)
Clarissa vem de uma cidadezinha do interior para estudar na capital, Porto Alegre, onde mora na pensão de tia Eufrasina. Com os olhos voltados para o futuro, Clarissa é o contraponto de Amaro, outro morador da pensão, músico malsucedido preso a sonhos passados que o presente recusa-se a concretizar. Através do olhar de uma adolescente alegre e otimista, Erico Verissimo revela não só a realidade de uma pensão pequeno-burguesa, mas também a situação do Brasil e do mundo na década de 30, com todo seu deslumbramento e iniquidade.
A disciplina do amor, de Lygia Fagundes Telles. (para quem gosta de histórias que falem sobre amor e as suas várias facetas nas pessoas)
“No princípio era o caderno”, diz logo no início do livro o título de um dos fragmentos, referindo-se aos tradicionais diários das moças de antigamente. Espécie de paródia amadurecida de um discurso da intimidade juvenil, o livro estende sobre o mundo um olhar atento, às vezes desencantado, mas sempre compreensivo e terno, na busca incessante da única hipótese de sabedoria cabível nos tempos modernos: “controlar essa loucura razoável”, seguindo o exemplo da “disciplina indisciplinada” dos apaixonados.
Amora, de Natália Borges Polesso. (para quem gosta de histórias curtas e objetivas)
Seria pouco dizer que os contos de Amora versam sobre relações homossexuais entre mulheres. Também estão aqui o maravilhamento, o estupor e o medo das descobertas. O encontro consigo mesmo, sobretudo quando ele ocorre fora dos padrões, pode trazer desafios ou tornar impossível seguir sem transformação. É necessário avançar, explorar o desconhecido, desestabilizar as estruturas para chegar, enfim, ao sossego de quem vive com honestidade.
Uma mulher no escuro, de Raphael Montes. (para quem gosta de histórias de mistério e investigação)
Victoria Bravo tinha quatro anos quando um homem invadiu sua casa e matou sua família a facadas, pichando seus rostos com tinta preta. Única sobrevivente, ela agora é uma jovem solitária e tímida, com pesadelos frequentes e sérias dificuldades para se relacionar. Seu refúgio é ficar em casa e observar a vida alheia pelas janelas do apartamento onde mora, na Lapa, Rio de Janeiro. Mas o passado bate à sua porta, e ela não sabe mais em quem pode confiar. Obrigada a enfrentar sua própria tragédia, Victoria embarca em uma jornada de amadurecimento e descoberta que a levará a zonas obscuras, mas também revelará as possibilidades do amor. Um psiquiatra, um amigo feito pela internet e um possível namorado — qual dos três homens está usando tudo o que sabe para aterrorizar a vida de Vic? E o que afinal ele quer com ela?
Notas de liberdade, de Fred Elboni. (para quem gosta de histórias envolventes e que nos levem a pensar nas escolhas e caminhos que fazemos)
Mariana vive lutando pelo direito de ser ela mesma: um tanto desbocada, livre e maluquinha.
Sofia está descobrindo o mundo, aprendendo a amar e, mais que tudo, aprendendo como é perder alguém que se ama.
Luiza está naquela fase de olhar para trás e ver se a vida valeu a pena. O sucesso é mesmo tudo na vida?
Três mulheres muito diferentes em busca da mesma coisa: seu lugar no mundo.
Para Ensino Médio
Se deus me chamar não vou, de Mariana Salomão Carrara (para quem gosta de histórias reflexivas e questionadoras)
Quem vai te contar essa história é uma criança de 11 anos. O olhar fresco e bem humorado de quem ainda vê a vida como mistério está aqui, mas vá por mim: não subestime a solidão de Maria Carmem. A aprendiz de escritora, enfrentando as angústias da “pior idade do universo”, irá te provar que é possível, sim, que uma menina seja mais solitária do que um velho. Ao menos uma menina que, como ela, cresce e cria suas perguntas entre os objetos de uma “loja de velhos”. Ali elas já nascem antigas, frescas e pesadas, doce feito da mais dura poesia. Maria Carmem nasceu no fim. Sendo assim, do que interessa a idade? Como ela mesma diz, “é possível que um lápis pareça estar novo, mas todo quebrado por dentro”.
a máquina de fazer espanhóis, de valter hugo mãe1. (para quem gosta de histórias que inovam no modo de contar e ainda inspiram reflexões)
Este livro narra a história de António Jorge da Silva, um barbeiro que acaba de completar 84 anos, e depois de perder a mulher, é entregue a um asilo. Sozinho, mas sem sucumbir ao pessimismo, num mundo cuja metafísica parece ter sido subtraída, Silva se vê obrigado a investigar novas formas de conduzir sua vida. Ele que viveu sob o peso de Salazar, nos tempos em que as ditaduras regiam tudo, coloca o passado e suas ações em perspectiva, não sem notar que o pessimismo sobre o papel do país no mundo exacerbou-se ainda mais. Portugal se transformou numa máquina geradora de sentimento de inferioridade, uma máquina especializada em produzir entre os nascidos no país a vontade de deixá-lo.
O santo e a porca, de Ariano Suassuna (para quem gosta de teatro e para dar boas risadas)
Peça teatral que aborda o tema da avareza. O texto, segundo o próprio Suassuna, é “uma imitação nordestina” da peça Aulularia, também conhecida como a Comédia da Panela, do escritor romano Plauto.
O sol na cabeça, de Geovani Martins (para quem gosta de histórias de tirar o fôlego e ficar “com uma pulga atrás da orelha”)
Geovani Martins narra a infância e a adolescência de garotos para quem às angústias e dificuldades próprias da idade soma-se a violência de crescer no lado menos favorecido da “Cidade partida”, o Rio de Janeiro das primeiras décadas do século XXI.
Aos 7 e aos 40, de João Anzanello Carrascoza (para quem gosta de histórias que relacionam tempo, ponto de vista e memória)
Um dos maiores contistas da atualidade brasileira faz um romance sobre o cotidiano de seu personagem em dois momentos diferentes da vida: aos sete e aos quarenta anos de idade. Na infância, a narrativa é fluida, poética e simples. O roubo de um pássaro no vizinho, uma partida de futebol, o quintal da casa e a relação com o irmão. Já aos quarenta, a narrativa passa a ter uma forma mais fragmentada, mais apropriada para lidar com os acontecimentos dolorosos da vida adulta. Um divórcio, o distanciamento do filho. Mesclando os dois momentos com extrema delicadeza, Carrascoza brinda o leitor com um belo romance que só reforça seu já conhecido talento literário.
Mais alguns títulos para final de Fund,1 e séries iniciais de Fund. 2 :
Coleção “Para gostar de ler”
A Droga da Obediência
Sangue Fresco
Poemas da Cecília Meireles
O menino no espelho
Quem manda em mim sou eu
Outsiders
Indicações de filmes
Filme | Diretor | Classificação |
Peixe Grande | Tim Burton | Livre |
Forrest Gump | Robert Zemeckis | 14 anos |
De volta para o futuro 1, 2 e 3 | Robert Zemeckis | 12 anos |
O ano em que meus pais saíram de férias | Cao Hamburguer | 12 anos |
Ação entre amigos | Beto Brant | 12 anos |
A vida é bela | Roberto Benini | Livre |
O menino do pijama listrado | Mark Herman | 12 anos |
Apocalypse now | Francis Ford Coppola | 16 anos |
Platoon | Oliver Stone | 14 anos |
Bom dia, Vietnã | Barry Levinson | Livre |
Hair | Milos Forman | 16 anos |
The Wall | Alan Parker | 16 anos |
Tommy | Ken Russell | 16 anos |
O nome da rosa | Jean-Jacques Annaud | 14 anos |
Quilombo | Cacá Diegues | Livre |
Cidadão Kane | Orson Welles | 10 anos |
Além do Cidadão Kane | Simon Hartog | Livre |
The Corporation | Mark Achbar, Jennifer Abbott | 12 anos |
Tiros em Columbine | Michael Moore | 12 anos |
Fahrenheit 11/9 | Michael Moore | 12 anos |
Notícias de uma guerra particular | João Moreira Salles | 16 anos |
Terra em transe | Glauber Rocha | 14 anos |
Deus e o diabo na terra do sol | Glauber Rocha | 14 anos |
São Paulo S/A | Sérgio Luiz Person | 12 anos |
O caso dos irmãos Naves | Sérgio Luiz Person | 14 anos |
O homem que virou suco | João Batista de Andrade | 16 anos |
Bye Bye Brazil | Cacá Diegues | 18 anos |
Terra e liberdade | Ken Loach | 16 anos |
Diários de motocicleta | Walter Salhes | 12 anos |
Terra para Rose | Tata Amaral | 10 anos |
A vida de Rose | Tata Amaral | 10 anos |
Encontro com Milton Santos | Silvio Tendler | 10 anos |
Pra Frente, Brasil | Roberto Farias | 16 anos |
Hércules 56 | Silvio Da-Rin | Livre |
Eles não usam black-tie | Leon Hirzsman | 14 anos |
Machuca | Andrés Wood | 12 anos |